sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brasil e Emirados Árabes vão assinar ‘amplo acordo de Defesa’

Tariq Saleh
De Beirute para a BBC Brasil

Dubai nos Emirados Árabes
Acordo militar seria "avanço para a indústria bélica no Brasil"

Os Emirados Árabes Unidos e o Brasil devem assinar em breve um amplo acordo estratégico na área de Defesa, incluindo a venda de aeronaves militares brasileiras aos árabes, noticiaram nesta sexta-feira os jornais do país.

De acordo com o Gulf News, o Brasil apresentará um acordo preliminar aos Emirados que servirá de base para uma negociação mais abrangente entre os dois países de cooperação militar, venda de equipamentos, aeronaves de transporte e aviões leves de combate, treinamento de oficiais dos Emirados, troca de observadores em exercícios militares e a possibilidade de investimentos árabes na indústria bélica brasileira. 

O jornal destacou a visita do ministro de Defesa, Nelson Jobim, que se reuniu com diversas autoridades militares e políticas do país árabe esta semana.
Antes de deixar o país, o ministro brasileiro concedeu uma entrevista coletiva no saguão do aeroporto de Dubai.

"Quando eu voltar ao Brasil, enviarei em 15 dias a base do acordo entre nossos países que servirá como projeto do amplo acordo de cooperação no campo militar", disse Jobim aos jornalistas.

Saddam
Segundo noticiou o Gulf News, Jobim declarou que espera que o acordo final seja apresentado em dois meses, antes da posse do novo governo brasileiro, em janeiro do ano que vem. 

O ministro brasileiro também disse que o acordo era parte de uma iniciativa do Brasil de se tornar internacionalmente reconhecido na indústria militar, citou o diário.

Outro jornal, o The National, de Abu Dhabi, disse que "o acordo, se assinado, representaria o grande avanço significativo para a indústria bélica do Brasil no Golfo Pérsico, desde a queda nas vendas ao final da Guerra Irã-Iraque (1980-1988), quando o ex-líder iraquiano Saddam Hussein era um grande comprador de armas do Brasil". 

Aviões da Embraer

O negócio está centrado na venda de aviões leves Super Tucano e contribuições para o desenvolvimento do avião de transporte de cargas e tropas KC-390, ambos fabricados pela Embraer.

O The National citou o ministro Jobim enfatizando o interesse do governo dos Emirados Árabes em adquirir o KC-390 e o Super Tucano.
"As autoridades dos Emirados mostraram interesse em participar no projeto e programação do KC-390", destacou Jobim, de acordo com o jornal.

O KC-390 pode transportar até 21 toneladas de carga e tropas em regiões distintas como a Antártica e o Amazonas. O avião é projetado para reabastecimento em voo, missões de procura e resgate e evacuação médica.

Os primeiros dois protótipos estarão prontos em 2014 ou 2015 e estariam disponíveis no mercado por volta de 2018.
O ministro Jobim, segundo o The National, falou da esperança do Brasil em preencher o vácuo no mercado que será deixado pelo avião de transporte C-130 Hércules, fabricado pela americana Lockheed Martin e que já está há 50 anos no mercado. 

"Pelas nossas estimativas, cerca de 1.500 aeronaves C-130 terão que ser aposentadas entre 2018 e 2020", declarou o brasileiro.
O jornal disse que Jobim não quis comentar o valor do avião da Embraer, mas citou fontes militares que estimavam o custo do KC-390 em cerca de US$ 50 milhões, menos que os entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões do C-130 Hércules.

Parceria
Jobim, segundo o Gulf News, disse que a principal parte do acordo entre Brasil e os Emirados incluia o convite a empresas árabes de entrar em projetos de parceria com empresas brasileiras como uma forma de "criar uma capacidade nacional na indústria de defesa". 

O The National citou, ainda, Mustafa Alani, especialista em segurança do Centro de Pesquisas do Golfo em Dubai, que enfatizou que os Emirados Árabes Unidos poderiam usar a aeronave de transporte brasileira para expandir seu leque de missões humanitárias. 

"Os Emirados participam de várias missões de manutenção de paz e estão aumentando sua capacidade móvel, então eles precisam de aviãos de transportes versáteis", explicou Alani ao jornal.

Alani destacou o interesse árabe no Super Tucano brasileiro, um avião de combate leve, que poderia ser ideal para operações de contra-insurgência, segurança de fronteiras e combate ao tráfico de drogas.
Fonte:

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Brindes tecnológicos viram tendência de mercado

Os produtos estão cada vez mais sofisticados para acompanhar as mudanças no comportamento dos consumidores.

Empresários apostam em brindes tecnológicos para atender ao mercado. Agora, os brindes para agradar, além de qualidade, esnobam em inovação.

Uma ímã de geladeira dispensa o papel para deixar recado. Ele é um aparelho que grava, reproduz voz e a imagem, como se fosse uma TV.

O empresário Jeferson Vieira apostou em tecnologia. Ele está no mercado de brindes há 20 anos. Hoje, ele importa da China itens como mini aspiradores de teclado, TV digital e chaveiros pen drive. Com investimento em tecnologia, o empresário aumentou o faturamento em mais de 50%.

“A margem de lucro varia entre 9 a 17% e depende dos modelos, dos produtos, da variação de aceitação do mercado”, diz Jeferson.

Os artigos são de qualidade e cheios de inovações, há chaveiros que viram caixinhas de som. O empresário deve recuperar o investimento até o final do ano. Para isso, conta com uma lista de 20 mil clientes cadastrados.

São mais de 2 mil opções de brindes entre os tradicionais e os mais sofisticados. Para ganhar mercado, a empresa aposta na exclusividade. Atualmente, brindes que se destacam pela tecnologia já representam 50% das vendas.

Um mp3 em formato de Squeeze custa R$ 280. O pen drive a prova d’água é mais barato, R$ 40. Esse é o carro-chefe de vendas, são cerca de 4 mil unidades por mês.

“O mercado tinha um aumento de 50% no final do ano. Agora, por conta de vários eventos, congressos durante o ano tiveram um aumento muito grande. Esse aumento das vendas permanece durante o ano inteiro”, diz Jefferson.

Para atender à demanda crescente, 30 funcionários trabalham no escritório e na linha de produção. Lá, as peças são personalizadas com maquinários modernos e a gravação a laser é simples e fica pronta em segundos.

Por fim, os produtos são embalados. Mais da metade dos clientes é do mercado corporativo.

“A estratégia é trabalhar com produtos diferenciados. Buscar novidades, inovações totalmente exclusivas”, garante o empresário.

O empresário Julio Landmann é um dos clientes da empresa de brindes. Quatro vezes por ano, ele encomenda os produtos tecnológicos. No último pedido, gastou quase R$ 4 mil em pen drives personalizados.

“Virou um objeto de desejo. Está sendo muito procurado, eu acho que foi uma escolha excelente nossa e vamos ficar agora nessa área mais tecnológica. Parece ser um diferencial importante”, comentou Julio Landmann, cliente.

Já o empresário Luciano Bigarelli está no mercado de brindes há 15 anos. Ele começou a trabalhar com a linha tecnológica há quatro anos. Para crescer, a estratégia dele foi terceirizar a produção. Com a mudança o empresário reduziu 40% dos gastos.

“O que nós tínhamos de funcionários internos e maquinário, nós repassamos todo esse serviço pra fora onde a gente tem essa vantagem que a gente pode oferecer ao cliente de redução de custo e atendimento em até 24 horas de todos os produtos”, diz ele.

Para montar uma empresa de brindes o investimento inicial é de R$50 mil. O valor inclui a importação de produtos e a personalização.

O empresário Luciano tem estoque de mp3 e mp4, mini mouse wireless, chaveiro bafômetro e pen drive estilizado. A peça é em acrílico no formato do produto do cliente. O preço médio é de R$ 50 a unidade.

Em sua empresa ele faz cerca de 500 orçamentos por mês. Ele tem sete funcionários, e para aumentar as vendas, faz promoções.

“No último trimestre do ano é onde a gente ganha no volume. Onde a gente investe mais num preço competitivo, baixamos o preço pra gerar um volume de vendas e poder atender todo mundo”, explica Luciano.

Com os brindes tecnológicos, as vendas da empresa cresceram 70%. O faturamento médio é de R$ 150 mil por mês. A divulgação é feita em revistas especializadas e sites. O empresário usa a internet como uma ferramenta para conquistar clientes de graça.

“A gente usa muito o sistema de envio de newsletter, com promoções pros clientes cadastrados, e as mídias sociais. As mídias sociais correspondem hoje a 50% do nosso faturamento, o que além de tudo é grátis. Não tem um investimento mensal de patrocínio em propagandas”, diz ele.

Denise Sousa Medeiros é cliente de Luciano Bigarelli. Ela tem uma loja de informática e gasta até R$ 50 mil cada vez que faz encomenda. Para Denise, o negócio vale a pena porque fideliza o cliente.

“A tecnologia é o mundo dele, então nada como presenteá-lo com aquilo que ele trabalha no seu dia a dia. Que ele usa né?”, diz Denise.

O setor de brindes registrou um faturamento de R$ 4, 5 bilhões no ano passado. Luiz Salvador, organizador da maior feira de brindes do país, acredita que o setor vai fechar 2010 com crescimento de 10 a 12%. E os itens tecnológicos representaram 25% dos negócios.

“O pen drive, mp3, mp4, esse gravador de mensagens são as coqueluches do momento”,diz Luiz Roberto.



Fonte:
http://tv.pegn.globo.com/Jornalismo/PEGN/0,,MUL1619404-17958,00.html

sábado, 18 de setembro de 2010

Cientista americano é acusado de tentar vender segredos nucleares

Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington

Símbolo do FBI
O FBI investigou o casal por mais de dois anos
Um cientista americano e sua mulher foram presos e acusados formalmente nesta sexta-feira de ter passado informações confidenciais sobre armas nucleares a um agente do FBI que fingiu ser do governo venezuelano.
Pedro Leonardo Mascheroni, de 75 anos, um argentino naturalizado americano, e sua mulher, a americana Marjorie Roxby Mascheroni, 67 anos, foram presos por agentes do FBI (a polícia federal dos Estados Unidos) na manhã desta sexta-feira em sua residência no Estado do Novo México.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ambos foram acusados formalmente “por comunicar informações confidenciais relacionadas a armas nucleares a uma pessoa que eles acreditavam ser um agente do governo da Venezuela”.
Entre as 22 acusações contra o casal está também a de “conspirar para participar do desenvolvimento de uma arma atômica para a Venezuela”.
Logo após a prisão, o casal foi levado a um tribunal federal na cidade de Albuquerque. Caso sejam considerados culpados, eles poderão ser condenados à prisão perpétua.
Governo da Venezuela
Em um comunicado distribuído nesta sexta-feira, o Departamento de Justiça americano esclarece que a acusação “não alega que o governo da Venezuela ou qualquer pessoa agindo em seu nome tenha tentado receber ou recebido qualquer informação confidencial”.
“Também não acusa integrantes do governo da Venezuela ou qualquer pessoa agindo em seu nome de qualquer infração”, diz o texto.
Mascheroni havia trabalhado como funcionário terceirizado para o laboratório nacional de Los Alamos, no Estado do Novo México, de 1979 até 1988. Sua mulher trabalhou no mesmo local de 1981 a 2010.
Segundo o Departamento de Justiça, o casal tinha acesso a informações confidenciais, inclusive a dados relacionados à fabricação e uso de armas atômicas, à produção de material nuclear especial e seu uso na geração de energia.
FBI
A prisão do casal ocorreu depois de uma investigação de mais de dois anos.
De acordo com a acusação formal, em 2008 Mascheroni manteve uma série de encontros com um agente do FBI que se fazia passar por um representante do governo da Venezuela.
Nesses encontros, Mascheroni teria dito que poderia ajudar a Venezuela a desenvolver uma bomba nuclear dentro de 10 anos.
O cientista também teria afirmado que, caso seguisse seu programa, a Venezuela poderia usar um reator nuclear secreto para produzir e enriquecer plutônio, além de outro reator para gerar energia nuclear.
“Durante esses encontros, Mascheroni supostamente pediu informações sobre como obter cidadania venezuelana e descreveu como esperava ser pago por seu trabalho confidencial para a Venezuela”, diz o Departamento de Justiça.
Mascheroni teria repassado ao agente do FBI um documento de 132 páginas com dados confidenciais sobre armas nucleares e teria pedido o pagamento de US$ 793 mil (R$ 1,3 milhão).


Brasil reduz mortalidade materna, mas em ritmo insuficiente, diz OMS

Paula Adamo Idoeta
Da BBC Brasil em São Paulo

Segundo OMS, Brasil precisa acelerar redução para atingir meta
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quarta-feira aponta que a taxa de mulheres que morrem devido a complicações na gestação ou no parto caiu pela metade no Brasil nas últimas décadas.
Entre 1990 e 2008, a taxa no Brasil passou de 120 mortes por 100 mil nascimentos para 58 mortes por 100 mil.
O ritmo de redução atual (de em média 4% ao ano no período), no entanto, ainda é insuficiente para que o Brasil cumpra a meta do milênio da ONU relacionada à mortalidade materna – que é de reduzir a taxa em 75% até 2015.
“O Brasil fez um bom progresso e é possível que, se aumentar o impacto (de políticas de redução da mortalidade materna), alcance a meta”, disse à BBC Brasil Lale Say, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisas da OMS.
Em nível global, o estudo identificou que os casos de mortalidade materna caíram 34% (de 546 mil mortes em 1990 para 358 mil em 2008).
A queda, segundo o documento, é “notável” e uma “notícia encorajadora”, mas também insuficientemente rápida para que seja cumprido o objetivo do milênio.
O estudo define mortalidade materna como mortes de mulheres durante a gravidez ou 42 dias após o parto, por causas relacionadas à gestação. As principais causas são: sangramento pós-parto, infecções, hipertensão e abortos inseguros.
A redução da mortalidade materna é considerada importante para garantir o cumprimento de outros objetivos do milênio, como a redução da mortalidade infantil e a adesão de crianças ao ensino primário.
Índices
A região campeã em mortalidade materna é a África Subsaariana, cuja taxa foi de 640 mortes por 100 mil nascimentos vivos em 2008. Para efeitos comparativos, esse índice é de 14 em países e territórios desenvolvidos e de 85 na América Latina e Caribe.
Há países que fizeram avanços significativos, como a China, que passou de uma taxa semelhante à brasileira – 120 mortes por 100 mil em 1990 – para 38 em 2008.
O Afeganistão, por outro lado, fez “progresso insuficiente” no período: sua taxa caiu de 1,7 mil mortes para 1,4 mil a cada 100 mil nascimentos.
Na América Latina, a Argentina se manteve estável (de 72 em 1990 para 70 em 2008), e o Chile reduziu sua taxa de mortalidade materna de 56 para 26 a cada 100 mil nascimentos.
Acesso à saúde
O estudo não investigou as causas da mortalidade, mas Say disse que, no caso brasileiro, em termos gerais, foram identificados mais investimentos e acesso maior ao sistema de saúde e mais igualdade entre gêneros nas últimas décadas, o que teria contribuído para a redução da taxa.
Em nível global, disse, é preciso “identificar quais subgrupos da população estão sob maior risco e intervir” em casos e regiões específicos.
O estudo afirma também que o banco de dados global sobre o tema ainda é “fraco”. “Só cerca de um terço dos países e territórios (de um total de 172 pesquisados) têm sistemas completos de registros civis e atribuição (precisa) de causas de mortes”, afirma o texto.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100915_oms_mortalidade_pai.shtml


Francês sem braços e pernas cruza Canal da Mancha a nado

Foto de arquivo mostra  Philippe Croizon em treinamento (AFP, 27 de maio de 2010)
Croizon treinou por cerca de dois anos para realizar a travessia
Um francês de 42 anos de idade que teve as pernas e os braços amputados após um acidente completou neste sábado a travessia a nado do Canal da Mancha, trecho de mar que separa a Grã-Bretanha e a França.
Philippe Croizon deixou a cidade inglesa de Folkestone às 6h45 da manhã (2h45 em Brasília) e nadou até a cidade de Cap Gris Nez, na costa da França, onde chegou por volta de 16h13 (horário de Brasília).
O nadador completou o trajeto de cerca de 34 km utilizando próteses especiais para as pernas e em um período mais curto que o previsto.
A equipe que apoia Croizon esperava que ele completasse a travessia em cerca de 24 horas, e não nas cerca de 13 horas e meia em que ele venceu o percurso.
Acidente
Há cerca de 16 anos, Croizon foi eletrocutado ao tentar remover uma antena de televisão do telhado de uma casa. Após o acidente, médicos tiveram que amputar seus quatro membros.
Depois da travessia, Croizon disse à BBC que em nenhum momento acreditou que não conseguiria completar o percurso, apesar das dores que sentia em todo o corpo.
O pai do nadador afirmou que ele foi beneficiado por condições favoráveis de vento e que ele teria sido inclusive acompanhado por três golfinhos durante um período, o que interpretou como “sinal de boa sorte”.
Croizon se preparou por cerca de dois anos para realizar a travessia.
Fonte:

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Classes C e D compram mais e buscam qualidade e bom preço

As redes de supermercados apostam no aumento do poder de compra das classes “C e D” para expandir os negócios.

O empresário José Dantas fabrica suplementos para esportistas e produtos como capuccino, achocolatados, curau e sopas. Ele aposta na grande massa de consumidores brasileiros para aumentar os negócios.

“Eu acredito que a classe C e D ainda vão prevalecer e é um grande consumo dessa classe e é nosso intuito fazer produto voltado para ela”, comenta José Dantas.
Hoje, na linha de alimentos, 40% dos produtos da fábrica são direcionados para o consumo popular.

“O consumo da classe C e D aumentou muito, no que diz respeito a produtos que antes eles não consumiam, tipo cappuccino, por exemplo, que era uma classe A, B que consumia. E hoje eles querem o quê? Esse mesmo produto, com a qualidade que a classe A, B consomem com o preço compatível com o deles e a qualidade acima de tudo”, destaca o diretor de marketing Alexandre Nasser.

Na fábrica, os produtos de marca própria se destacam. São aqueles encomendados com a marca de clientes, como redes de supermercados e distribuidores. Um sistema que oferece margem de lucro pequena para o fabricante, porém com baixíssimo risco.
“A marca própria é menos risco porque o nosso cliente nos fornece, na maioria dos casos, eu diria até 100%, as embalagens e as matérias-primas. Alguns clientes fornecem parte da matéria prima e o resto a gente fornece, então o risco pra nós é zero”, José Viotto, consultor da fábrica.

A primeira estratégia para baixar custos é eliminar perdas. Na fábrica, a maior parte da matéria prima é feita de pó de cacau, leite e açúcar. Mas, trabalhar com pó exige cuidado. Ele se perde por tubulações, dispersa no ar e gera desperdícios invisíveis, mas importantes. Para controlar o gasto, a empresa encurtou o processo produtivo. Agora, a matéria-prima percorre apenas sete metros de extensão, da mistura até o envase final.

“Você vai acumulando esse pozinho que fica, esse que sai, que fica no caninho da máquina, enfim chega no final do ano, você vai ver quanto você comprou e quanto você conseguiu produzir, né? A gente conseguiu reduzir nosso desvio padrão, nossa perda da fábrica, em 12 toneladas por ano, mais ou menos”, conta Alexandre Nasser. “É uma economia considerável!”, completa.

E a empresa também descobriu o valor de certas matérias primas, nem sempre percebido pelos concorrentes.

Alguns grãos são chamados: “fora de especificação”. São produtos partidos, manchados, que a indústria rejeita. Mas é a mesma matéria-prima dos grãos inteiros, só que 30% mais barata. E como tudo vai ser moído, pra virar sopas e curaus, a única diferença que o consumidor sente está no bolso.

São grãos de vários tipos, como milho, ervilha e arroz. Eles são misturados, aquecidos e expandidos por um processo chamado extrusão, que descontamina o produto. Depois, tudo é moído de novo. Com o tempero, a mistura se transforma em uma sopa em pó, vendida R$1 o saquinho. Hoje a empresa produz 13 toneladas de sopa por mês. E a previsão é ir bem além.

“É um produto de qualidade classe A, para um público C e D. Nosso objetivo é exportação para países em desenvolvimento, principalmente, África e Oriente Médio”, comenta José Dantas.

Para fabricar alimentos em pó, é preciso comprar equipamentos como extrusora, misturadora e embaladora. O empresário calcula um investimento de R$ 1 milhão.
Além de preço e qualidade, o processo de produção conquista o consumidor com outras vantagens. Hoje a empresa faz mais de 100 produtos de marca própria.
No caso do curau de milho, é só misturar com leite, aquecer, e em três minutos está pronto. É prático e ainda economiza gás na cozinha!

“Tudo hoje é economia, pelo fato de você ter economia em termo de cocção já ajuda muito no teu salariozinho, no dia a dia. Isso quem mora em fazenda, em interior e tem um poder aquisitivo baixo ele vai contar isso aí, ele vai contar centavo por centavo”, comenta José Dantas.

Os produtos com marca própria são vendidos para supermercados como este. As três maiores redes do país vão reservar um terço dos investimentos, nos próximos anos, para as classes C e D.

“Estes consumidores são atentos e exigentes”, garante o presidente da associação brasileira de supermercados, Sussumu Honda.

“Essa classe é uma classe que está entrando no consumo agora, então você tem necessidade de produtos, eu diria mais específicos. Mas não só produtos. Produtos voltados pra essa classe, tem que ter qualidade, mas tem que ter preço competitivo. E o varejo também tem que modelar suas lojas pra atender essa classe que não demanda tanta prestação de serviço, mas quer o atendimento como ocorre nas grandes lojas, nos grandes hipermercados”, comenta ele Sussumu.

Os produtos com marca própria são oferecidos em embalagens econômicas e há descontos para a compra em quantidade. E o supermercado atende ao desejo do consumidor: qualidade e preço.

“Eu procuro produtos bons e baratos. O carrinho está cheio. Peguei o que eu achei em conta hoje.” Cristina Magalhães, cliente.

“Não tenho problema com marca. O que está mais em conta, tem que defender um pouco o meu bolso, né?”, finaliza Inácia Torres, outra cliente. 

Fonte: http://tv.pegn.globo.com/Jornalismo/PEGN/0,,MUL1618302-17958,00-CLASSES+C+E+D+COMPRAM+MAIS+E+BUSCAM+QUALIDADE+E+BOM+PRECO.html?ID=newsletter







sábado, 11 de setembro de 2010

Classe C cresce e já engloba maioria dos brasileiros, indica estudo

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Empresária de MG está entre as 10 melhores empreendedoras do mundo

O projeto da farmacêutica e bioquímica Vanessa Vilela Araujo usa o café como matéria-prima para a fabricação de cosméticos.

Café para o cabelo e para a pele! Em Três Pontas (MG), uma empresa usa os grãos verdes de café na produção de cosméticos. O pioneirismo do projeto já trouxe reconhecimento internacional para a empresa.

O município de Três Pontas é o maior produtor de café do mundo. São 30 milhões de pés, em 24 mil hectares.

Uma empresária da cidade teve uma idéia sensacional: usar o café como matéria-prima para a fabricação de cosméticos. Já são 33 produtos. Como o sabonete café maduro, feito com o grão.

O projeto é da farmacêutica e bioquímica Vanessa Vilela Araujo. Hoje, com o trabalho, Vanessa está colocada entre as 10 melhores empreendedoras do mundo.

“Nós estamos na região que é a maior produtora de café do mundo, onde tudo gira em torno do café. Então, porque, além de se tomar café, também não se passar café na pele, no cabelo e no corpo?”

Estudos revelam que a cafeína estimula a queima de gordura e a redução de medidas e as propriedades esfoliantes do grão torrado melhoram a circulação sanguínea.

“O café é extremamente rico para a nossa pele. Ele tem alta concentração de substâncias antioxidantes que combatem os radicais livres, que causam o envelhecimento da nossa pele”, explica a farmacêutica Vanessa Vilela de Araújo.

A fazenda do marido da empresária, o produtor rural Juliano Araújo, colhe 420 toneladas de café por ano. Da produção, 10% vai para a fábrica de cosméticos.

“Geralmente, a gente usa um café fino, o cereja descascado, que é o top da nossa produção, o melhor café nosso. então a gente usa também para o cosmético o nosso melhor café”, diz Juliano Araújo.

A produção dos cosméticos é feita em um laboratório, em Três Pontas. No local, todas as fórmulas são testadas.

“Desde o desenvolvimento até a colocação do produto no mercado, esse tempo pode variar em torno de seis meses a um ano, dependendo da complexidade de cada produto”, comenta Vanessa Vilela Araújo.

Ela fez o curso Empretec, do Sebrae, que orienta empreendedores. O programa corrige os pontos fracos e aprimora os pontos fortes de quem vai montar um negócio. No curso, a empresária decidiu terceirizar a produção dos cosméticos.

“Montar uma estrutura física, com investimentos altos em maquinários, funcionários, naquele momento não seria o interessante. Portanto, foi uma alternativa buscar implementar o negócio, mas não investindo diretamente em maquinários, funcionários, e com uma estrutura alta”, revela o gestor do Sebrae em Varginha, Juliano Cornélio.

A linha de produção terceirizada está concentrada em indústrias de São Paulo. Uma delas transforma os grãos em extrato de café, que é a matéria-prima para os cosméticos. Outras três fábricas fazem o produto final.

“Partimos para buscar parceiros que tornassem o negócio mais sustentável e mais viável economicamente”, diz Juliano Cornélio.

A empresária quer atingir homens e mulheres das classes A, B e C. Os cosméticos são vendidos em lojas multimarcas, perfumarias, spas urbanos e farmácias.

“Eu costumo comprar o revitalizante corporal. Ele deixa a pele macia, com brilho, bonita”, conta a cliente Michele Castro Tavares.

Mesmo quem não gosta do cheiro de café pode usar os cosméticos. O produto é feito a partir do grão verde, antes de ser torrado e leva apenas 5% de extrato de café na sua composição.

“É um cheiro muito suave. Eu experimentei na pele. É uma sensação agradável”, diz a cliente Maria Isabel.

Hoje, a empresa de cosméticos tem 180 pontos de venda, em 16 estados e já exporta para Holanda e Portugal. Até o final de 2010, o objetivo é triplicar o faturamento do ano passado.

Outra inovação da empresa foi criar pontos de venda em cafeterias. Em um ambiente em que todos gostam de café, o produto atrai naturalmente o interesse dos clientes. A estratégia deu certo e hoje 20% dos cosméticos são vendidos em cafeterias.

Os produtos ficam nas prateleiras à disposição dos clientes e o negócio também é bom para a cafeteria.

“O meu faturamento aumentou 25% com os cosméticos”, afirma a dona de cafeteria, Márcia Ramos. Com o sucesso dos produtos, o Sebrae indicou Vanessa Araújo para o prêmio Empretec Women in Business Award.

“Nós percebemos a grande característica empreendedora da empresária, dos empresários envolvidos, na questão para o prêmio, ou seja, trabalhar realmente a busca pelo empreendedorismo, ser realmente mulheres empreendedoras em todos os sentidos”, afirma o gestor do Sebrae em Varginha Juliano Cornélio.

“Estar entre as 10 melhores empreendedoras do mundo é um motivo de orgulho muito grande. É um reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido”, afirma Vanessa Araújo.


Fonte: http://tv.pegn.globo.com/Jornalismo/PEGN/0,,MUL1617211-17958,00.html

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Chile começa a pôr em prática plano B de resgate de mineiros

Familiares falam com mineiros por videoconferência



Familiares falaram com mineiros por videoconferência no domingo
O ministro da Mineração do Chile, Laurence Golborne, disse na noite de domingo que as equipes de resgate deram início a um "plano B" para salvar os 33 mineiros que estão soterrados em uma mina no norte do país.
No domingo, os mineiros completaram um mês dentro da mina.
Pelo plano principal, a máquina australiana Strata 950 está perfurando um novo túnel, que já atingiu 67 dos 700 metros de profundidade necessários.
O plano B prevê o uso de outra máquina que alargará um dos pequenos túneis já escavados no último mês, na época em que ainda estavam sendo feitas sondagens para achar os mineiros.
Estima-se que, caso seja bem-sucedido, o plano B possa antecipar em um mês o resgate dos mineiros.
"Em um prognóstico otimista, princípios de novembro", disse Golborne.
As equipes de resgate disseram que as "gaiolas" que serão usadas para retirar os mineiros medem 55 por 60 centímetros, e contém dispositivos de luz e comunicação. O resgate de cada um dos 33 mineiros deve durar entre 20 e 30 minutos.
'Plano C'
Familiares lembraram um mês do acidente
Familiares lembraram aniversário de um mês do acidente
No domingo, as autoridades chilenas revelaram os detalhes de um terceiro plano de resgate dos mineiros, que já havia sido anunciado na semana passada pelo presidente chileno, Sebastián Piñera.
O "plano C" prevê o uso de uma máquina RIG 422, que é utilizada na extração de petróleo. As primeiras peças da máquina começaram a chegar à mina de São José na quarta-feira.
A perfuradora gigante está em Iquique, cidade que fica a mil quilômetros da mina. Para transportá-la para a mina são necessários mais de 40 caminhões. As autoridades esperam que em algumas semanas a RIG 422 esteja disponível na operação de resgate.
No domingo, às 13h40 (14h40 em Brasília), os familiares dos mineiros que estão morando no acampamento do lado de fora da mina promoveram um buzinaço para marcar o aniversário de um mês do deslizamento.
"É um momento de grande emoção, de lembrança, não é um momento de celebração. É um momento de esperança de que conseguiremos no menor tempo possível trazê-los para a superfície, devolvê-los às suas famílias e terminar com o trabalho de resgate", disse Golborne.
Os familiares conversaram por cinco minutos com os mineiros via videoconferência
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100906_planob_mineiros_chile_dg.shtml 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Com ajuda da Nasa, mineiros no Chile terão simulação de dia e noite

Funcionários da mina San José colocam bandeira em homenagem aos 33 trabalhadores presos (Reuters)
Resgate dos mineiros pode demorar mais de três meses
O ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich, afirmou que, com o apoio de uma equipe de especialistas da agência espacial americana Nasa, os 33 mineiros soterrados há quase um mês terão uma simulação de dia e noite com luzes artificiais.
"Eles (da Nasa) vão enviar (aos mineiros) equipamentos, mecanismos de energia, lâmpadas de LED, eles calcularam exatamente qual é a intensidade da luz em cada parte da mina", disse o ministro ao site chileno La Tercera.
O ministro disse que "o mais importante que estamos fazendo neste momento, do ponto de vista psicológico, é simular condições de dia, noite, separar o espaço onde moram em áreas (...) e isto já foi conseguido".
A respeito do resgate dos trabalhadores, que nesta segunda-feira completam 27 dias presos a quase 700 metros de profundidade, o ministro disse que os especialistas da Nasa afirmaram que não se deve falar em prazos.
A equipe de especialistas da agência espacial americana - com um médico, um nutricionista, um engenheiro e um psicólogo - chegou ao Chile na terça-feira.
"(Os especialistas) insistiram muito para nos concentrarmos na missão: que é preciso cumprir isto (algum trabalho), fazer tal escavação, que temos que baixar a cápsula. Mais do que em uma data precisa", disse.
Para Mañalich, "sendo completamente honestos, o tempo que estamos falando, mais ou menos, é de três meses e eles (os mineiros) já sabem".
Cigarros, álcool e grupos
A equipe de especialistas da Nasa também recomendou que os 33 mineiros presos fiquem sem cigarros e sem bebidas alcoólicas.
Os especialistas afirmam que é preciso primeiro acertar a nutrição dos trabalhadores antes de se pensar em enviar bebidas para o abrigo.
Alguns dos mineiros já estão desesperados pela falta de cigarros, e médicos estão enviando a eles adesivos e chicletes de nicotina. No entanto, a orientação é de que não sejam enviados cigarros, para não piorar a qualidade do ar dentro do abrigo.
Outro problema enfrentado pelos trabalhadores presos é que nem todos são amigos, alguns apenas se conheciam.
Então, segundo o site La Tercera, os mineiros, por iniciativa própria, se dividiram em três grupos para cumprir turnos de trabalho de oito horas. Estes grupos convivem e até dormem em áreas diferentes e cada um tem seu líder: Omar Reygada, Carlos Barrios e Raúl Bustos.
O operário mecânico José Ojeda, que escreveu a primeira mensagem quando os trabalhadores foram encontrados na mina San José, é um dos 11 integrantes da equipe batizada de Rampa.
Em uma de suas cartas, Ojeda enviou um mapa e explicou que "este é grupo é pura paz, todos trabalhamos e damos ânimo aos outros, sempre vendo como está o ânimo do outro".
Na noite da última segunda-feira, começaram os trabalhos de escavações na superfície para tentar retirar os trabalhadores da mina.
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Como será feito o resgate dos mineiros

1. Primeiro, um buraco piloto de 33 centímetros de diâmetro é furado até o local onde estão os mineiros
2. Em seguida, o buraco é ‘alargado’ com uma broca para um diâmetro entre 60 e 70 centímetros. Fragmentos caem pelo buraco até o fundo
3. Depois disso, uma cápsula de resgate é baixada até os mineiros, e cada um é vagarosamente transportado para a superfície.

Fonte:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/09/100901_chilenasaatualizafn.shtml